Depois que a temperatura do verão alcançou mais de 5ºC acima do
normal, a Sibéria está lidando com um apocalipse zumbi da vida real. A
antraz – Bacillus anthracis – uma bactéria rara que infecta
animais e seres humanos, apareceu na região de Yamal-Nenets e a fonte do
surto parece ser a carcaça de uma rena que morreu há mais de 70 anos,
na última epidemia de antraz.
Ao que parece a carcaça da rena
abrigou nos dias frios uma pequena colônia da bactéria, que passou sete
décadas inativa. Como o verão teve um considerável aumento na
temperatura, a carcaça começou a descongelar e as bactérias retornaram à
vida e logo nos primeiros dias já matou milhares de renas e infectou
mais de 10 pessoas.
A Bacillus anthracis são capazes de sobreviver, em forma de esporos, mais de 100 anos no permafrost –
camada de terra que nunca descongela – e pode “voltar à vida” quando há
um aumento de temperatura. Quando isso acontece o bacilo volta mais
resistente e mais infecciosos. Mesmo quando esporulados, esta bactéria
pode causar infecções quando vacas e bois, por exemplo, acabam ingerindo
os micróbios no próprio pasto. Para se contaminar, os seres humanos
precisam inspirar os esporos ou ter contato direto com animais
contaminados.
Os especialistas estão verdadeiramente preocupados,
imaginando que, com o aquecimento global, a temperatura continue a
aumentar ressuscitando colônias de antraz em outros lugares gelados do
planeta, causando uma significativa endemia.
Microscopia Eletrônica de varredura do Bacillus anthracis.
Por causa deste cenário preocupante, os especialistas russos estão
fazendo orientações típicas dos apocalipses zumbis da ficção: alerta
constante e monitoramento de cemitérios onde vítimas da doença tenham
sido enterradas. “Como consequência do derretimento do permafrost,
os vetores de infecções mortais dos séculos 18 e 19 podem voltar. As
sepulturas de gados e pessoas mortas por antraz devem ser monitorados
constantemente”, disse bacteriologista George Stewart da Universidade de Missouri.
De
acordo com os portal da FioCruz, para prevenção da doença é necessário
controle da infecção animal através da vacinação dos rebanhos, da
esterilização dos materiais contaminados e da higiene ambiental.
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